domingo, 23 de agosto de 2009

Miih




Vou contar para vocês um pouco da minha história.Nasci em Rondônia, mas já morei em Curitiba, São Paulo, Maceió e há nove anos, moro em Brasília.Vim pra cá no segundo semestre de 2000. Na escola, tinha um grêmio e quem o presidia era o cara mais cobiçado, prepotente, metido e chato de toda a escola. Eu simplesmente o odiava! Mas como dizem: o amor e o ódio caminham lado a lado!Seis anos mais tarde, no carnaval de 2006, nos reencontramos, conversamos e acabamos ficando. Durante um mês, saímos todos os finais de semana e nos falávamos praticamente todos os dias por telefone. Mas como isso causava inveja, brigamos nos afastamos e só voltamos a nos falar meses depois, pela internet.Viramos grandes amigos. Eu dizia que ele era meu psicólogo e ele que eu era sua conselheira. E assim fomos nos aproximando cada vez mais. Consolávamos-nos mutuamente pelo mesmo motivo: namoros frustrantes.Em julho de 2007, decidi fazer a cirurgia de redução de estômago e era com ele e com minha família que eu conversava a respeito. Por “n” vezes, ele me ligava tarde da noite pra me tranqüilizar, quando o medo não me deixava dormir.Em outubro eu operei e em novembro nossa amizade voltou a se tornar um “algo mais”. Em dezembro começamos e terminamos um namoro.Todos diziam que iríamos ficar juntos, mas eu não acreditava mais. Ficamos dois meses sem contato algum, até que em fevereiro de 2008 eu descobri o motivo: ele entrou em depressão, se isolou de tudo e todos. Largou o trabalho, a faculdade, os amigos!Voltamos a conversar pela internet, mas eu precisava vê-lo, saber de tudo, desabafar, pra poder seguir em frente!Decidimos sair pra colocar os pontos nos “i”s e ficamos mais de três horas conversando, antes do primeiro beijo.Fomos ficando, até que em 12 de abril ele me assumiu como sua namorada.O dia dos namorados foi mais que especial, com direito a decoração, fondie de chocolate, frutas, champagne... Além de visual novo.Em julho, ganhei uma passagem para visitar minha avó, o namorado iria para Caldas Novas. Como transmissão de pensamentos, no dia 27/07/2008, fui a uma loja no centro de Belém e comprei um par de alianças. No mesmo dia ele me mandou uma mensagem dizendo que tinha comprado um anel lindo pra mim. Voltei! E no aeroporto mesmo ele me entregou a minha aliança! Com dois pares, usávamos uma na mão direita e outra na esquerda!Sempre sonhei em ser mãe, mas aos 15 anos, uma ginecologista me disse que eu teria menos de 30% de chances de engravidar, e isso acabou comigo! Há pouco tempo, mais precisamente uma semana antes do dia dos namorados de 2008, fui a outro gineco, pra começar a tomar um contraceptivo. Fiz vários exames e fiquei de voltar com os resultados! Mas acabei enrolando! Em junho não menstruei... Achei normal, por ter ovários policísticos, meu ciclo não era regular. Em julho também não veio, e comecei a ficar encucada, mas deixei pra fazer um exame quando voltasse de viagem. Pois bem, dia 08/08/2008 matei aula na faculdade e fui ao laboratório, colhi o sangue brincando com as meninas: é o segundo que eu faço esse ano, e olha que da outra vez eu tava enjoada e quase desmaiei! Elas ficaram rindo. Saí de lá tranqüila, achando que era mais uma neura minha, mas ficava atualizando a página do laboratório de cinco em cinco minutos.Quando saiu o resultado, entrei em pânico, tremia, chorava, ria, um misto de sentimentos e emoções, previsões e etc.Levei quatro dias pra criar coragem e contar ao pai do meu filho, mas a reação dele foi melhor que a minha! Ele segurou minha mão e disse: “É por isso que você está chorando?”. Depois tirou a aliança da mão direita de nossas mãos e disse: “Pode se acostumar a usar só nessa mão agora!”. Chorei mais ainda, mas agora de felicidade, de saber que estava segura ao seu lado e que essa criança já era amada desde esse momento.No entanto, sofremos muito no mês seguinte, pois a mãe dele não aceitava que agora ele seria pai e teria alguém que dependeria dele. No dia 29/08/2008, ele não agüentou mais as pressões e insinuações feitas por ela e resolvemos morar juntos.Descobri que estava grávida com quase três meses de gestação. Troquei de médico, tive que mudar minha alimentação, pois devido à cirurgia, ainda estava emagrecendo e isso não era bom pro bebê.Foi aí que comecei a pesquisar sobre gravidez. Na verdade, foi antes disso, mas dessa vez eu me aprofundei. Fiz cadastro em alguns sites, recebia um texto por semana, referente à minha semana de gestação. E sempre aparecia o e-family, mas eu entrava, olhava e saía.Fiz quatro ecografias, na primeira não vimos o sexo (estava de pernas cruzadas), na segunda e na terceira, o médico deu certeza absoluta de que era menina. Era o que faltava pra começar a organizar as coisas. Fui pesquisar decoração de quarto e afins, e me deparei novamente com o fórum. Me cadastrei. Comecei a ver que muitas mulheres passavam por momentos parecidos e consolavam umas as outras. Procurei me encaixar em algum grupo, Mamães de Brasília. Fiz amizades muito boas, conheci duas mamães, fizemos um book de grávida. Minha mãe foi a staff e vivia dizendo: cadê a barriguda tal, cadê a barrigudinha. Fomos ao chá de fraldas umas das outras, ríamos até! Quando estava quase tudo pronto pro chá de bebê da minha Laura, a bomba: na quarta ecografia o médico disse “É MENINO”! Desabei, estava com tudo pronto e nada feito ao mesmo tempo. E no fórum as meninas riam e choravam comigo. A data prevista pro nascimento do pimpolho era 14/03/2009, mas um dia antes do chá de bebê, outra bomba: ele nasceria dia 16/02! Chorei, chorei, chorei, me desesperei. Eu sabia que por causa da cirurgia, o nascimento poderia se antecipado e desde o final do sexto mês eu já estava de sobre aviso que poderia ser a qualquer hora. Andei 6 horas atrás do berço que eu queria, enxi o saco da dona da loja pra me fazer um desconto, arrumei as coisinhas que eu tinha comprado (só comecei o enxoval depois da última ecografia) e no dia do chá de fraldas estava radiante por fora e mega preocupada por dentro. Na segunda-feira, fomos ao médico com tudo pronto, minha malinha, malinha do meu filho, todos os exames e uma aflição que consumia. Todas as meninas do fórum me ligando e desejando uma “boa hora”. Nunca tinha parado pra pensar em como essa expressão conforta!Recebi visita das minhas amigas do fórum, e o carinho daquelas que não conheço pessoalmente.Depois que saímos do hospital, tive depressão pós-parto. Não queria sair pra nada, não tinha vontade de fazer nada, só dormir e dormir e dormir. E foi aí que comecei a freqüentar o Mamães de Fevereiro de 2009 – Agora com suas delícias nos braços. Recebi tanto carinho, tantos conselhos de outras mamães que se não passaram pela mesma situação, sabiam como usar as palavras para me animar um pouco que fosse. E nisso o tempo foi passando e a amizade crescendo, assim como as formas de contato, que ultrapassaram as barreiras do fórum. Ninguém consegue ficar muito tempo longe das “fofocas”, ninguém é esquecido e ninguém é deixado de lado. Falamos das nossas angústias, dos nossos desejos, de comida, do casamento/namoro/rolo e etc. E principalmente, falamos dos nossos filhos, nossas vidas, cada conquista deles, cada lição aprendida, cada preocupação, enfim, temos um consultório com muitas psicólogas, amigas, irmãs. Aquelas que nós escolhemos e acolhemos. Aquelas que fazem parte do nosso dia-a-dia mesmo que distante. A NOSSA família de coração.O E-family e o Mamães de Fevereiro foram e continuam sendo uma benção em minha vida. Um laço que jamais será desfeito, e se um dia esse laço se desmanchar, podem ter certeza de que a fita estará inteira, à espera de alguém para transformá-la novamente no gracioso laço que ela sempre foi!Obrigada meninas (marias matraqueiras) por tudo o que vocês têm feito por mim e pela minha vida. Obrigada pelo carinho acolhedor, pelas palavras sábias, pelas risadas dadas, pelo choro compartilhado. Obrigada pelo aconchego, pela amizade, pela generosidade. Obrigada por fazerem meu dia, um dia sempre melhor

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